Os post do blog são reflexões no âmbito das temática abordadas nas UC - Internet e Educação (prof. João Freitas) e Comunicação e Multimédia (prof. José Lagarto) do mestrado em Ciências de Educação - Informática Educacional - UCP

Os medium nos processos de aprendizagem


O termo medium é utilizado para descrever uma forma genérica de comunicação associada com formas particulares de representação do conhecimento. Associado a este termo surgem outros, mais populares, media, mediático e mediatizar. Abreviadamente mediatizar é adequar um discurso aos meios de comunicação de massas ou media ou seja torná-lo mediático. Noutra perspetiva, mediatizar significa escolher, para um dado contexto e situação de comunicação, o modo mais eficaz de assegurá-la; selecionar o medium mais adequado a esse fim; em função deste, conceber e elaborar o discurso que constitui a forma de revestir a substância do tema ou matéria a transmitir.

Na verdade, é possível tornar os media um aliado poderoso dos processos educacionais. A investigação sobre os impactos dos media nos processos de aprendizagem reconhece duas grandes linhas de pensamento: teoria dos media fortes - cada media tem uma contribuição específica e única para a aprendizagem e para a motivação; teoria dos media fracos - os media não têm qualquer influência psicológica (ou têm muita pouca) sobre a aprendizagem, embora admitam que estes podem influenciar a economia da aprendizagem (custos e rapidez).
A utilização dos media na educação põe as seguintes questões: Qual o media mais eficaz para transmitir uma mensagem específica? Que aprendizagens de ordem cognitiva podem ser conseguidas à custa de um medium? Que efeitos motivacionais junto dos alunos provoca cada um dos meios? Que vantagens, nomeadamente económicas, se retira da utilização de cada um dos meios? Os media não apresentam diferenças significativas entre eles no que se refere às influências nas aprendizagens. A utilização dos médium para motivação, tem um  prazo de validade que dura enquanto é novidade A utilização dos meios pode tornar a aprendizagem mais rápida.  A economia no tempo tem a ver com pelo menos dois fatores: Característica do conteúdo - as que se adequam claramente às linguagens da imagem (Simulações de experiências ou visionamento de técnicas operativas e descrições de lugares); as incluídas no discurso áudio (aperfeiçoamento das línguas estrangeiras ou o estudo de música); Estilo de aprendizagem - a maneira em particular como cada individuo aprende melhor (ouvindo, lendo, vendo ou lendo e escrevendo). É difícil categorizar os medium. Uma primeira categorização considera três linguagens de base, o áudio, o visual e o scripto. As duas primeiras estão destinadas a ser percebidas pelos sentidos correspondentes, a scipto é uma linguagem de significação, constituída por linguagens híbridas tal como a escrita fonética, a notação musical e certos tipos de linguagem máquina. E as linguagens sintéticas são combinações da linguagens base (p.e. áudio visuais). De uma forma genérica podemos classificar os discursos mediáticos em cinco grandes grupos, de características próprias e atuando diferentemente nos processos de aprendizagem dos alunos. São eles: o discurso scripto, o discurso áudio, o discurso vídeo, o discurso informo, o discurso multimedia interactivo. Os diferentes discursos podem veicular diferentes tipos de informação. Podemos dizer que diferem na sua capacidade de lidar quer com os conhecimentos concretos, quer com os conhecimentos abstratos. De um modo geral, os conhecimentos abstratos são do domínio da língua e todos os media a utilizam em maior ou menor grau, seja na forma oral, seja na forma escrita. No entanto, a sua capacidade de lidar com o conhecimento concreto varia com o medium utilizado. Enquanto os materiais impressos e os materiais áudio permitem relatar experiências e analisar conceitos mais ou menos abstratos, à televisão e ao vídeo cabe principalmente o papel de proporcionar uma representação do real e do concreto.
Em certa medida, o computador absorve as características dos diferentes media e assume mesmo as suas propriedades. No entanto, pode-se considerar que ele é claramente mais adequado para a aquisição de competências nos domínios das regras e procedimentos. O computador é hoje, e tendencialmente cada vez mais, uma ferramenta que proporciona a integração dos diferentes discursos, facilitando as abordagens multimédia de forma relativamente simples.
Hoje, muitos documentos disponibilizados para o mundo da educação não se apresentam apenas num discurso. Com frequência recorrem a uma integração de dois ou mais discursos diferentes. De um modo geral, os documentos das linguagens multimedia e interactivas têm a vantagem de permitir ao utilizador um elevado grau de liberdade, que pode "navegar" neles da forma que entender, por onde entender e adequando os seus interesses e a sua curiosidade à oferta que lhe é feita. Podemos dizer que a flexibilidade dos produtos resultantes deste discurso pode ser enorme, dadas as variadíssimas hipóteses de caminhos de aprendizagem que permitem.

Bibliografia consultada: LAGARTO, J., Manual da Disciplina de Comunicação Multimédia, Faculdade de Educação e Psicologia – Universidade Católica Portuguesa, 2008

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