O termo
medium é utilizado para descrever uma forma genérica de comunicação associada
com formas particulares de representação do conhecimento. Associado a este
termo surgem outros, mais populares, media, mediático e mediatizar.
Abreviadamente mediatizar é adequar um discurso aos meios de comunicação de
massas ou media ou seja torná-lo mediático. Noutra perspetiva, mediatizar
significa escolher, para um dado contexto e situação de comunicação, o modo
mais eficaz de assegurá-la; selecionar o medium mais adequado a esse fim; em
função deste, conceber e elaborar o discurso que constitui a forma de revestir
a substância do tema ou matéria a transmitir.
Na verdade, é possível tornar os media um aliado poderoso dos processos educacionais. A investigação sobre os impactos dos media nos processos de aprendizagem reconhece duas grandes linhas de pensamento: teoria dos media fortes - cada media tem uma contribuição específica e única para a aprendizagem e para a motivação; teoria dos media fracos - os media não têm qualquer influência psicológica (ou têm muita pouca) sobre a aprendizagem, embora admitam que estes podem influenciar a economia da aprendizagem (custos e rapidez).
A utilização dos media na
educação põe as seguintes questões: Qual o media mais eficaz para transmitir
uma mensagem específica? Que aprendizagens de ordem cognitiva podem ser
conseguidas à custa de um medium? Que efeitos motivacionais junto dos alunos
provoca cada um dos meios? Que vantagens, nomeadamente económicas, se retira da
utilização de cada um dos meios? Os media não apresentam diferenças
significativas entre eles no que se refere às influências nas aprendizagens. A
utilização dos médium para motivação, tem um
prazo de validade que dura enquanto é novidade A utilização dos meios
pode tornar a aprendizagem mais rápida. A economia no tempo tem a ver com pelo menos
dois fatores: Característica do conteúdo - as que se adequam claramente às
linguagens da imagem (Simulações de experiências ou visionamento de técnicas
operativas e descrições de lugares); as incluídas no discurso áudio
(aperfeiçoamento das línguas estrangeiras ou o estudo de música); Estilo de
aprendizagem - a maneira em particular como cada individuo aprende melhor (ouvindo,
lendo, vendo ou lendo e escrevendo). É difícil categorizar os medium. Uma
primeira categorização considera três linguagens de base, o áudio, o visual e o
scripto. As duas primeiras estão destinadas a ser percebidas pelos sentidos
correspondentes, a scipto é uma linguagem de significação, constituída por
linguagens híbridas tal como a escrita fonética, a notação musical e certos
tipos de linguagem máquina. E as linguagens sintéticas são combinações da linguagens
base (p.e. áudio visuais). De uma forma genérica podemos classificar os discursos
mediáticos em cinco grandes grupos, de características próprias e atuando diferentemente
nos processos de aprendizagem dos alunos. São eles: o discurso scripto, o
discurso áudio, o discurso vídeo, o discurso informo, o discurso multimedia
interactivo. Os diferentes discursos podem veicular diferentes tipos de
informação. Podemos dizer que diferem na sua capacidade de lidar quer com os
conhecimentos concretos, quer com os conhecimentos abstratos. De um modo geral,
os conhecimentos abstratos são do domínio da língua e todos os media a utilizam
em maior ou menor grau, seja na forma oral, seja na forma escrita. No entanto,
a sua capacidade de lidar com o conhecimento concreto varia com o medium
utilizado. Enquanto os materiais impressos e os materiais áudio permitem
relatar experiências e analisar conceitos mais ou menos abstratos, à televisão
e ao vídeo cabe principalmente o papel de proporcionar uma representação do
real e do concreto.
Em certa medida, o computador
absorve as características dos diferentes media e assume mesmo as suas
propriedades. No entanto, pode-se considerar que ele é claramente mais adequado
para a aquisição de competências nos domínios das regras e procedimentos. O
computador é hoje, e tendencialmente cada vez mais, uma ferramenta que
proporciona a integração dos diferentes discursos, facilitando as abordagens
multimédia de forma relativamente simples.
Hoje, muitos documentos disponibilizados
para o mundo da educação não se apresentam apenas num discurso. Com frequência
recorrem a uma integração de dois ou mais discursos diferentes. De um modo geral,
os documentos das linguagens multimedia e interactivas têm a vantagem de
permitir ao utilizador um elevado grau de liberdade, que pode
"navegar" neles da forma que entender, por onde entender e adequando
os seus interesses e a sua curiosidade à oferta que lhe é feita. Podemos dizer
que a flexibilidade dos produtos resultantes deste discurso pode ser enorme,
dadas as variadíssimas hipóteses de caminhos de aprendizagem que permitem.
Bibliografia consultada: LAGARTO,
J., Manual da Disciplina de Comunicação Multimédia, Faculdade de
Educação e Psicologia – Universidade Católica Portuguesa, 2008
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