Nesta palestra Robinson é radical. Não
basta as reformas de educação, estas só melhoram um modelo que já não funciona.
É preciso uma revolução. O desafio é inovar fundamentalmente a educação. Mas
como se faz isso? Adoptando uma nova concepção de ecologia humana. Mudando as
metáforas.
Robinson fala mais uma vez do problema da linearidade e da necessidade de restabelecer a nossa noção de capacidade e de inteligência. A vida não é linear é orgânica; Tal como a crise climática existe uma crise de recursos humanos; E estes são como os recursos naturais, não se encontram à superfície ou estão frequentemente enterrados no fundo e temos que os procurar. Temos que criar circunstâncias para que eles se mostrem. A educação é a forma de isso acontecer – criar as circunstâncias para os talentos se manifestarem.
Construímos os nossos sistemas educativos segundo o modelo fast-food,
estandardizado. Temos de mudar para um modelo de cozinha de autor,
personalizado segundo as circunstâncias e mais saudável. O talento dos homens é
muito diversificado, as pessoas têm aptidões muito diferentes. A razão do
abandono escolar é porque a escola não transmite energia nem alimenta a paixão.
Somos talentosos no que nos apaixona e no que nos estimula o espírito e a
energia.
O modelo proposto é o de
agricultura, eu acrescento, biológica. Temos de abandonar o que é
essencialmente um modelo industrial de educação. O desenvolvimento humano não é
um processo mecânico, é um processo orgânico. Tal como um agricultor, podemos
permitir que este desenvolvimento se faça de uma forma saudável educando o ser
na totalidade: Uma educação adaptada às circunstâncias e personalizada de
acordo com os alunos – um currículo personalizado; Reconhecendo as suas capacidades
criativas pela riqueza que representam.
As tecnologias, aleadas ao talento
dos professores, oferecem uma oportunidade para revolucionar a educação.
Ken Robinson citando um poema de W.
B. Yeats - “… Mas eu, que sou pobre,
apenas tenho sonhos; São os meus sonhos que estendi a teus pés; Sê suave ao
pisar que pisas os meus sonhos" - conclui, “ todos os dias, em todos os
lugares, as nossas crianças estendem os sonhos aos nossos pés. Sejamos suaves
ao pisar.”
Confesso que comecei a utilizar como um mantra: "sê suave ao pisar que pisas os seus sonhos"
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